Como a maioria das garotas, assumo que futebol nunca foi minha grande paixão. Minha mente de mulher não entende porque tantos homens fortes e saudáveis passam suas tardes, noites e fins de semana correndo atrás de uma bola. Admito que até sentia certa inveja da rechonchuda.
Mas tudo mudou quando o conheci. Nunca vi homem com tamanha paixão por um time, e olha que não era corinthiano não, era santista mesmo o rapaz. Mesmo que seu time estivesse mal, sem ganhar várias disputas ou o que fosse, lá estava ele, sempre acreditando, sempre sonhando com as vitórias, com as goleadas, só esperando mais um domingo a tarde para acompanhar os jogos do brasileirão.
E eu entrei no embalo. Como boa namorada, sempre fiquei do lado quietinha, assistindo as disputas. Tudo bem que na grande maioria das vezes eu dormia, e ele não entendia como eu conseguia pegar no sono com “um jogão desses rolando”.
Quando o time ganhava era uma alegria só, comentando as jogadas e supervalorizando seus heróis. Quando perdia, a namorada mudava de papel, virava mãe e consolava o garoto triste. Que via na derrota de seu time, um pouco da fraqueza de si mesmo.
E aos poucos minha paixão pelo futebol foi aumentando. Diferente do meu conhecimento técnico, que continua a mesmo desde sempre. Até em estádio eu fui parar, com uma chuva torrencial caindo sobre minha cabeça, capa de chuva, cachorro quente e a torcida jovem do Santos pulando na arquibanca. A vida é surpreedente mesmo. Uma mulher de blusinha rosa, cabelo com chapinha, bolsa gigante e óculos escuros no meio de 500 homens tatuados com baleias, tubarões e símbolos do Santos por todos os lados, pulando, gritando, expressando uma paixão e loucura, que tenho certeza nunca demonstraram para suas mulheres. (Nossa eterna inveja da bola).
Mas depois de tudo isso e eu ter me acostumado a todos os domingos a tarde assistir os jogos ele se foi. E eu fiquei com um novo gosto, um novo hobby, um novo assunto. Claro que prefiro os jogos do meu time. Um dia ainda vou tomar chuva e pular no Morumbi, junto com a minha torcida.
Os amores vem, trazem novas paixões e novos gostos e quando se vão deixam suas marcas. Agora eu assisto os jogos de domingo sozinha, mas aprendi um pouco do que é a paixão pelo futebol.
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