29.5.08

Microondas

Tem coisas lá em casa que eu nem ligo mais, pra não ter que desligar.

Pessoas da minha vida parecem sumir, mas insistem em voltar.

Amores requentados, feito pão dormido, vêm do microondas.

E o bom e velho gosto de romance antigo é sempre bom de recordar.

Flores que você traz pra me dar...

Eu não preciso disso pra lembrar.

Lembro cada beijo que eu te dei!

Eu lembro cada beijo que eu te dei!

Só pra lembrar, só pra lembrar, só pra lembrar - mais um!

Eu nunca esperei me encontrar, com você nesse lugar.

O que você tem feito? Como vão seus pais? Vamos sair para jantar.

O quê que eu tô dizendo? Eu não acredito! Olha o microondas!

Desse jeito, requentando, eu sei que não existe nada pra descongelar.

Flores que você traz pra me dar...

Eu não preciso disso pra lembrar.

Lembro cada beijo que eu te dei!

Eu lembro cada beijo que eu te dei!

Só pra lembrar, só pra lembrar, só pra lembrar - mais um!

Parabéns a você nesta data, querida, sinto muito estou de partida.

Me disseram que é bom mudar, mas eu não sei por onde começar.

Por uma noite apenas serei seu, é foda! Guaraná é bem melhor que soda!

Não ligue pra o que vão dizer. O Jet Set que vá se fuder!

Nas festas da playboy não têm só mulher gostosa, tem champanhe também.

E o que você está fazendo em casa, ponha uma roupa e o pau pra fora.

Todo mundo sempre está onde todo mundo vai.

Todo mundo dá palpite todo mundo quer convite.

26.5.08

Tarde de Domingo

Como a maioria das garotas, assumo que futebol nunca foi minha grande paixão. Minha mente de mulher não entende porque tantos homens fortes e saudáveis passam suas tardes, noites e fins de semana correndo atrás de uma bola. Admito que até sentia certa inveja da rechonchuda.

Mas tudo mudou quando o conheci. Nunca vi homem com tamanha paixão por um time, e olha que não era corinthiano não, era santista mesmo o rapaz. Mesmo que seu time estivesse mal, sem ganhar várias disputas ou o que fosse, lá estava ele, sempre acreditando, sempre sonhando com as vitórias, com as goleadas, só esperando mais um domingo a tarde para acompanhar os jogos do brasileirão.

E eu entrei no embalo. Como boa namorada, sempre fiquei do lado quietinha, assistindo as disputas. Tudo bem que na grande maioria das vezes eu dormia, e ele não entendia como eu conseguia pegar no sono com “um jogão desses rolando”.

Quando o time ganhava era uma alegria só, comentando as jogadas e supervalorizando seus heróis. Quando perdia, a namorada mudava de papel, virava mãe e consolava o garoto triste. Que via na derrota de seu time, um pouco da fraqueza de si mesmo.

E aos poucos minha paixão pelo futebol foi aumentando. Diferente do meu conhecimento técnico, que continua a mesmo desde sempre. Até em estádio eu fui parar, com uma chuva torrencial caindo sobre minha cabeça, capa de chuva, cachorro quente e a torcida jovem do Santos pulando na arquibanca. A vida é surpreedente mesmo. Uma mulher de blusinha rosa, cabelo com chapinha, bolsa gigante e óculos escuros no meio de 500 homens tatuados com baleias, tubarões e símbolos do Santos por todos os lados, pulando, gritando, expressando uma paixão e loucura, que tenho certeza nunca demonstraram para suas mulheres. (Nossa eterna inveja da bola).

Mas depois de tudo isso e eu ter me acostumado a todos os domingos a tarde assistir os jogos ele se foi. E eu fiquei com um novo gosto, um novo hobby, um novo assunto. Claro que prefiro os jogos do meu time. Um dia ainda vou tomar chuva e pular no Morumbi, junto com a minha torcida.

Os amores vem, trazem novas paixões e novos gostos e quando se vão deixam suas marcas. Agora eu assisto os jogos de domingo sozinha, mas aprendi um pouco do que é a paixão pelo futebol.