Há quatro dias eu virei mãe. Calma! Aos desesperados de plantão aviso que não estou grávida e que não fiz como Madonna e Angelina Jolie que adotaram crianças refugiadas de países em guerra. Mas adotei sim, um pequeno ser, que perdeu sua mamãe com apenas três dias de vida. Ele pesa 100 gramas, tem menos de 10 centimetros, chora o tempo todo e me dá muito trabalho.
Sim pessoas, eu ganhei mais um gato. Quem me conheçe sabe da minha paixão por felinos, mas eu nunca tinha recebido de presente um tão nenêm. Ele tem que tomar um leite especial a cada quatro horas, que eu e toda minha delicadeza dou com uma seringa. Tem que ficar sendo esquentado por um secador e uma bolsa de água quente para manter a temperatura do corpo, além é claro da parte mais legal, receber massagens na barriga pra poder fazer seu cocozinho diário. Lógico que depois disso, tenho que limpa-lô com lenço umedecido e começar mais uma sessão com o secador. Ufa, nunca pensei que ser mãe fosse tão trabalhoso.
Tem horas que é engraçado, outras um desespero, mas saber que um sersinho tão pequeno depende apenas da minha paciência e boa vontade pra viver faz com que eu me sinta especial. Não estou me gabando por ser boazinha com um filhote, ou das coisas que faço por ele, mas do que ele faz por mim.
Muitas vezes nos sentimos perdidos, não vemos sentido na vida, mas quando nos tornamos úteis a outra pessoa, ou animal, ou causa, ou sei lá o que, tudo muda. Pode chamar de instinto de preservação ou qualquer outra coisa que a ciência nos fale, mas eu digo o que o coração fala. Ajudar o outro é ajudar a si mesmo. Dar um pouco do seu tempo, da sua vida, da sua paciência (mesmo que seja pouca) pra fazer a vida de outra pessoa melhor é surpreendentemente maravilhoso.
Nunca imaginei que um bebê gato fosse fazer eu me sentir assim, mas fez. Espero que eu consiga continuar sendo uma boa mãe de gato e ele ou ela cresca forte e feliz. E claro, que aprenda a fazer cocô sozinho rapido. Não imaginamos onde podemos aprender coisas, mas se Deus está em tudo e em todos, porque não podemos aprender com tudo e todos?
Como boa mãe de gato que sou, não revelarei fotos do meu bebê ainda, já que ele é muito pequenininho e nem abriu os olhinhos, mas em breve vocês o verão na capa de alguma Caras ou Contigo. A vida só tem sentido quando ela se torna o sentido da vida de outra pessoa. Egoismo? Não sei. Mas desde que a minha vida se tornou o sentido da sobrevivência do meu bebê gato, eu me sinto bem melhor.
E claro, mais paciente, porque dar leite na seringa para um micro ser que não para de miar e se mexer não é nada fácil.
15.2.10
Assinar:
Comentários (Atom)